MarlaLamounier

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segunda-feira, março 27

NOTICIAS DIVERSAS

Caso Mariah VIVIANE BEVILACQUA/ São José Tristeza sim. Desespero, ódio, revolta – sentimentos comuns a quem tem filhos brutalmente assassinados, sem motivo algum para tanta violência – não têm lugar no coração dos pais de Mariah, morta com um tiro no peito no dia 2 deste mês, disparado por um jovem que queria o carro em que ela estava para fugir da polícia. A morte da garota de apenas 21 anos, em frente ao seu prédio no Bairro Kobrasol, em São José, comoveu Santa Catarina e trouxe à tona, mais uma vez, a questão da banalidade da violência. Enquanto a sociedade exige justiça para o caso, mantendo encarcerado o acusado pelo crime, Teresinha e Eugênio Vieira, pais de Mariah, preferem canalizar sua energia noutra direção. – Não queremos nem saber como é esse homem que matou nossa filha. Cabe à Justiça fazer a sua parte. Não sei qual seria a minha reação ao vê-lo frente a frente, e prefiro nem pensar nisso. Estamos tristes sim, muito tristes. Mas a vida continua, e temos várias razões para seguir em frente. A Bruna, nossa outra filha, é um destes motivos – diz Teresinha. Nesta entrevista ao Diário Catarinense, a mãe de Mariah relata de onde tira forças para superar, com tanta serenidade e integridade, esse momento difícil de sua vida. Ser iluminado "Mariah era um ser iluminado, que desde criança só nos deu alegria. Ela sempre foi uma pessoa muito preocupada com a humanidade, com a evolução do ser humano. Adorava animais, e fazia Medicina (ia para o sexto período) porque queira ajudar as pessoas. Cativava os outros com seu jeito tranqüilo, sossegado, amigo. Era como um perfume suave, que fica no ar, que se faz notar pela discrição, e não pelo exagero. Após seu falecimento, recebemos várias provas de como Mariah era querida pelas pessoas. Muitos vieram falar conosco, dizer que conheciam nossa filha e que a admiravam. Os proprietários de uma ótica nos procuraram, contando que havia vendido lentes de contato para Mariah, e que ela tinha sido tão simpática que ele sentiu vontade de falar conosco, quando soube de sua morte. O mesmo aconteceu com a dona de uma loja de calçados, que havia vendido um par de sandálias para a Mariah, e foi nos dar um abraço de conforto, quando soube do acontecido. Ela era assim, boa e simpática com todos à sua volta." O bom jardineiro "Não procuramos achar culpados para a morte de Mariah, nem tampouco achamos que Deus foi injusto conosco. Olhamos em nossa volta e vemos que sempre tivemos uma vida maravilhosa, e que mesmo sem a Mariah ainda temos muitas coisas boas. Bruna (de 19 anos, estudante de Administração de Empresas), que é tão maravilhosa quanto a irmã; nossa família, nossos amigos e o trabalho (eles são comerciantes). Seríamos mesquinhos se ficássemos só pensando no que nos aconteceu de ruim, com tanta coisa boa que há à nossa volta. Existe um pensamento na Logosofia - ciência que a família estuda há mais de uma década e procura colocar em prática no seu dia-a-dia - que diz que o bom jardineiro planta várias flores, e que mesmo que uma delas murche, haverão muitas outras para ele dedicar sua atenção. E este ensinamento estamos trazendo para nossa vida neste momento. A Logosofia prepara as pessoas para a vida ou, como escreveu seu fundador, o pensador e humanista Carlos Bernardo Raumsol, é uma nova forma de sentir e conceber a vida. Sabemos que vem destes ensinamentos a paz de espírito que sentimos agora." Colcha de retalhos "Sentimos muita saudade da Mariah. Nunca, em toda a sua vida, ela ficou mais do que três dias longe de nós. Temos o costume, aqui, de jantarmos juntos, os quatro, todas as sextas, que é quando o pai (Eugênio) vai para a cozinha mostrar seus dotes culinários. Mariah trocava qualquer programa por esses momentos em família, que ela valorizava muito. E isso não tem tempo que apague de nossa memória. Comparamos a vida que tivemos durante 21 anos com nossa filha à uma colcha de retalhos, que é tecida um pedacinho por dia. Nossa vida hoje é assim: feita de muitas lembranças, de momentos inesquecíveis, construídos um a um com Mariah. Agora, temos uma colcha inteira de recordações, que nos cobre, nos conforta e aquece. O mais gratificante de tudo para nós, neste momento, é saber que se pudéssemos ter nossa filha de volta aqui, neste instante, apenas a abraçaríamos, porque nunca ficou nada para ser dito mais tarde. Dissemos a ela tudo o que queríamos e o que nosso coração mandava, enquanto ela ainda estava aqui ". Sentimento pobre "Estamos tristes, lógico, choramos de vez em quando, mas inteiros para tocar a vida, sem desespero, sem nos revoltarmos, sem ódio no coração. Quem foi o culpado pela morte da Mariah? Claro, há o jovem que atirou, mas ele é fruto da sociedade que nós mesmos construímos e deixamos que ficasse assim. Não acreditamos em um só culpado, todos nós somos. A questão da violência só vai melhorar quando as pessoas forem melhores. E isso tem que partir de cada um. Começar por si mesmo, depois pela família, pelo círculo de amigos e assim por diante. E é por esta causa que lutamos, e é isso o que ensina a Logosofia. Temos que melhorar individualmente, para só depois conseguirmos mudar o coletivo. Esse é um processo longo, sabemos disso, mas vale a pena. Em nenhum momento sentimos ódio do jovem que matou Mariah. Sabemos que ele deve ter uma mãe, um pai ou um familiar que o ama. E temos mais pena da mãe desse bandido do que de nós, pois durante 21 anos tivemos o privilégio de conviver com essa menina maravilhosa. Temos este conforto, que provavelmente a mãe dele não tem. O ódio é um pensamento muito pobre, que faz muito mais mal a quem o sente do que propriamente à pessoa pela qual nutrimos este pensamento." Fonte: Diário Catarinense Pode ser somente uma teoria; mas uma teoria que vale a pena Tentarmos colocar em prática. Marla