ACOMPANHANDO CRIANÇAS DE 0 À 5 ANOS Comentário 1

Conforme disse em comentário anterior, minha próxima postagem; seria a apresentação daquela que vem me inspirando a escrever modestamente estes textos, que não têm nenhuma pretenção didática, literária ou científica. Só quiz homenageá-la mais uma vez por tudo que ela vem me ensinando nestes 5 anos.

ACOMPANHANDO CRIANÇAS DE 0 À 5 ANOS - Artigo 4

BIRRA OU PIRRAÇA: O JEITO MAIS FACIL DE SE DOMINAR UM ADULTO. O grande mal de pais e educadores é subestimar a capacidade da criança de entender o que se fala com ela. A partir de 3 anos devemos conversar normalmente, usando todo o nosso vocabulário; porém de forma natural. Obviamente ela não vai entender tudo o que se diz, mas vai registrar e as palavras começam a se tornarem familiares. Quando a criança não exigir maiores explicações é porque não esta interessada e portanto, não se deve tentar explicar. Quando se interessar por alguma coisa do que estamos falando, automaticamente vêm os porquês. E aí deve dar todas as respostas até que ela se sinta satisfeita na sua curiosidade. Isto dito é para dizer que criança faz birra porque quer chamar a atenção. Ela quer para si, em momento errado, atenção que julga ter direito. Porém, se tivesse dado a ela a atenção necessária na hora certa, a birra não aconteceria. Converse com sua criança, diga a ela porque de todas as coisas. De não ganhar o doce solicitado, de não comprar o brinquedo, de não deixar ficar na casa do coleguinha. Mas estas coisas têm que ser ditas na hora certa, não na hora em que a bomba estoura. Outra coisa importante, sentar frente a frente com a criança para conversar. Diga a ela: ”Fulaninho, senta aqui que a mamãe quer conversar um assunto sério com você.” E explique tudo. Por exemplo: “Hoje nós vamos ao shopping porque a mamãe tem que pagar umas contas e não teremos dinheiro ou tempo para brincar, lanchar ou comprar qualquer coisa. Outro dia nós vamos passear e então poderemos fazer todas essas coisas. Hoje a mamãe só quer a sua companhia.” E não se esqueça de cumprir a promessa. Outro dia leve a para passear e a lembre do dia em que você prometeu este passeio. Fazendo isto ela vai aprender a confiar em você. Agindo dessa forma você vai evitar a birra. Entretanto, se acontecer a birra, deve se agir da seguinte forma: · Primeiramente, mantenha a calma, por mais que pareça difícil. · Procure não prestar atenção no que a criança esta fazendo. Aja como se não estivesse vendo o que ela faz. Ignore, mas tenha paciência, pois não é fácil. Às vezes, será necessário tempo para ela perceber que a atitude dela não esta surtindo o efeito desejado. Seja persistente, ela vai cansar, desistir ou dormir, muitas vezes ate no chão. · Não bata, repreenda ou tente conversar durante a birra; isto não vai adiantar ou ela vai se sentir vitoriosa conseguindo a atenção que tanto queria. · Nunca chame a atenção ou castigue na frente de outras pessoas. Espere a birra passar e a convide a conversar conforme orientação anterior. · Se for necessário leve a para um quarto ate que se acalme, mas não deixe de conversar com calma depois explicando muito bem toda a situação. · Procure distraí-la. Brinque, faça-a rir. Mude o foco da atenção. · Negocie mas não faça concessões descabidas. · Não castigue e não tente faze-lo entender, porque nesta hora é impossível conseguir. Educar é sempre muito difícil, mas a falta de educação da criança sempre começa no comodismo dos pais e educadores em cederem aos abusos das crianças, dando a elas noção do poder que elas detêm.

ACOMPANHANDO CRIANÇAS DE 0 À 5 ANOS - Artigo 3

COMER, COMER PARA PODER CRESCER. Uma criança de três anos é facilmente influenciável, já que elas não têm conhecimento das coisas de forma geral: sabor, odor, textura, cor, etc. Baseado nisto, estamos com o queijo e a faca na mão para determinarmos os hábitos alimentares de nossos filhos. Para começar temos que usar de um artifício muito interessante para que as crianças se interessem em comer: a aparência da comida. Nesta idade as crianças se interessam por tudo o que é bonito, colorido; portanto temos que apresentar pratos interessantes do ponto de vista visual. Talvez venha a ser até um pouco rude ao dizer que o grande problema de se ensinar uma criança a comer bem, é a preguiça que a mãe tem de preparar o alimento para a criança. É muito mais fácil cozinhar todos os alimentos em uma mesma panela e depois bater no liquidificador e dar aquela papa que a minha filha dizia que era cocô de comer. Quando ela começou a falar e viu a priminha comendo esta papa, ela perguntou me: “Mamãe aquilo que a Mariana esta comendo é cocô de comer?” As crianças podem sair do peito e ir direto para as nossas panelas para se alimentarem. Não precisamos preparar comida em separado para elas. Alguns cuidados são óbvios; não vamos servir pimenta ou gordura de porco para nossos bebes, mas o arroz, feijão, batata, carne moída e em pedaços bem pequenos e bem cozidos, não vão matar nossos bebes; vão ao contrario estimula-los a saborear a comida no que diz respeito á cor, sabor, odor e textura, alem de antecipar etapas na vida do bebe, como falar. Tudo o que fizermos para nós podemos servir a eles e eles vão gostar. O que eles não gostam é de comida sem sabor, cor e odor. Temos que ter em mente que não precisamos dar uma variedade imensa de alimentos para a criança em uma única refeição. Devemos servir sempre um carboidrato, uma proteína animal, folhas, um legume e frutas. A criança precisa saber o que esta comendo e para que serve. Por exemplo: dê peixe e conte para ela que é para ficar mais inteligente; dê cenoura e explique que vai fazer ela enxergar melhor; obviamente usando uma linguagem que ela entenda e se interesse. Faça com que ela se interesse pelo sabor dos alimentos, estimulando-a a experimentar através da sua atitude. Não a obrigue a comer, estimule. Por exemplo: sirva-se de cenoura ralada e fale com ela: olha como é linda a cenoura, que cor mais bonita. Ponha uma colherada na boca e continue elogiando, como é fresquinha, docinho, e em seguida pergunte se ela quer. Não adianta você falar isto uma única vez, repita varias vezes, sem obriga-la a comer. Uma hora ela experimenta e acaba gostando. Quando for fazer o prato da sua criança, faça o seu da mesma forma e vá comendo junto. A partir de dois anos você já pode começar a educar seu filho a sentar-se à mesa para se alimentar. Crie hábitos desde cedo; isto vai facilitar sua vida. Não deixe que sua criança pegue o pão com manteiga e saia andando pela casa comendo ou vá para frente da televisão. As refeições deverão seguir um ritual que facilitará sua vida e disciplinará seu filho. Vamos por refeição: Café da manha: coloque o pão, manteiga, leite e café na mesa. Sente a criança em uma cadeira confortável e tome junto com ela o seu café da manha. Almoço ou jantar: sirva o prato dela, por exemplo: arroz, feijão, cenoura, couve e ovo cozido, (um prato simples, barato, colorido e de qualidade nutricional). Coloque cada alimento em um cantinho do prato. Sente a criança na cadeira e vá se alimentando junto com ela; ela no prato dela e você no seu prato. Ainda que você precise colocar na boca dela. A partir de três anos ela já pode fazer isto sozinha, você terá que ter um pouco de paciência, porque vai derramar, sujar-se; mas te garanto que vale a pena. Algumas dicas: 1. Criança nenhuma acima de dois anos precisa mamar no peito e acima de três anos precisa tomar mamadeira, dê a elas comida e leite no copo se quiserem. 2. Não subestime seu filho, trate o como um ser humano que esta descobrindo e entendendo este mundo aonde chegou recentemente e tem muita novidade. 3. Seja criativa, paciente e carinhosa, assim ele vai se interessar por todas as lições que você tem para ensina-lo. 4. Não saía pela casa atrás do seu filho com o prato de comida, você vai gastar muito tempo para alimenta-lo, se estressar, estressa-lo e no final o alimento vai ter perdido toda a qualidade, sabor e prazer que a hora das refeições devem nos proporcionar, independente de nossas idades. 5. Nunca obrigue uma criança a comer qualquer coisa que seja, se ela não quiser deixe a sem comer. Todo ser humano é inteligente independente de idade, se ela tiver fome ela vai acabar comendo. 6. Faça economia no supermercado, evite comprar biscoitos, doces, refrigerantes. Estas coisas acabam sendo servidas nas casas de tios, avos, vizinhos, amigos e às vezes ate na escola em festas e comemorações. 7. Sirva uma comida simples, tradicional e rica para seu filho. Restrinja-se a arroz, feijão, carne, peixe, frango, verduras, legumes e frutas da estação. Isto vai fazer você economizar e alimentar adequadamente sua criança e você. 8. Tenha sempre em casa gelatina, rapadura, geléia de mocotó, mel e frutas. Sempre que a criança pedir um doce dê uma dessas opções, que são saudáveis, nutritivas, baratas e elas gostam. 9. Troque o refrigerante por suco de fruta natural, gelatina liquida ou água. 10. Combine um dia na semana para servir guloseimas em casa para a criança. Por exemplo, na segunda você serve biscoito recheado, outro dia iogurte e em outro dia ate refrigerante. Mas em pouca quantidade e de vez em quando. 11. Se a criança estiver doentinha e não quiser comer nada não se torture, dê a ela algo que ela se interesse, por exemplo, um chocolate. Mesmo que não seja o mais adequado, chocolate também tem qualidades e vai alimentar seu filho, isto só não pode se tornar rotina. 12. Evite frituras, como batatinha frita, coxinhas, ovo frito; substitua por cozido ou assado. 13. Evite açúcar, sirva frutas doces (natural) ou adoçadas com mel ou rapadura. 14. Habitue servir o café da manha com pão, manteiga, leite e fruta ou suco de fruta, você estará servindo um café muito simples diversificado e barato. A seguir sugestões de cardápios. Arroz e Feijão Alface Quiabo Frango Suco de laranja Arroz e Feijão Couve Cenoura Carne Moída Laranja Macarrão molho tomate Bife Suco de cenoura Arroz e Feijão Alface Tomate Carne de Panela Banana Macarrão e Feijão Carne Moída Maçã Arroz e Feijão Mostarda Ovo Cozido Manga Este cardápio é para mostrar que a comida deverá ser diversificada sem ter excesso de variedades, de boa qualidade sem ser cara, colorida e saborosa. Podemos sugerir centenas de variedades de cardápios sem abusar do custo, do trabalho que dará para ser elaborado e com grande efeito na hora de alimentar nossos pequenos. Mais que isto para o dia a dia é ostentação e trabalho inútil do ponto de vista nutricional.